A febre amarela no Grande ABC já levou a óbito duas vítimas: ontem (14) foi anunciada pela Prefeitura de Ribeirão Pires a morte da vítima de 35 anos, que estava internada na rede particular desde janeiro. A contração da doença ocorreu durante uma viagem realizada pelo portador para Mairiporã.
A primeira morte decorrente de febre amarela no Grande ABC foi de um morador de Santo André. A vítima tinha 44 anos, contraiu o vírus durante uma viagem para Atibaia e faleceu no final de janeiro.
O ABC já registrou um caso de contração da febre amarela no próprio município de residência, por um morador de São Bernardo do Campo. No total, já são cinco casos da doença confirmados na região, incluindo as duas mortes.
Como medida de prevenção após o óbito ocorrido, a Prefeitura de Ribeirão Pires já anunciou que haverá prorrogação da campanha de vacinação na cidade, pelo menos até o dia 24/02. No estado de São Paulo, a campanha de vacinação segue até sábado, dia 17/02.
A Febre Amarela
O vírus da febre amarela, descoberto há mais de 400 anos, já levou a óbito muitas pessoas no Brasil, entre o final do século XVIII e início do século XIX. É uma das causas da febre hemorrágica.
A doença pode ser transmitida de duas formas: na área rural (transmissão silvestre) e nas grandes cidades (transmissão urbana). Os mosquitos Haemagogus e Sabethes são os agentes transmissores da doença.
Esses mosquitos vivem apenas em áreas de mata, e por isso os macacos são os principais hospedeiros, diferentemente do ser humano. O mosquito só pica os seres humanos que invadem seu habitat natural; trata-se de um hospedeiro acidental.
Febre Amarela no Grande ABC – Ciclo de Transmissão Urbano
Dois gêneros de mosquito são responsáveis pela transmissão da febre amarela no Grande ABC e também nos outros centros urbanos: o Aedes albopictus e o Aedes aegypti (o mesmo responsável pela transmissão da Dengue, Zika e Chikungunya).
O mosquito contrai a doença, inicialmente, picando um ser humano contaminado com a febre amarela: dessa forma, ele torna-se infectante, entre 9 e 12 dias. Essa infecção dá início à propagação da doença, quando o mosquito pica mais pessoas, transmitindo o vírus a elas.
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Desde 1942, não existem mais registros de febre amarela urbana. Todos os registros desde então são de febre amarela silvestre, como os casos das vítimas do Grande ABC, que contraíram a doença durante viagens para áreas de mata.
O período de transmissão da pessoa infectada com a febre amarela inicia-se um dia antes do aparecimento dos primeiros sintomas, e vai até o terceiro/quarto dia da infecção.
O período de incubação do vírus no organismo dura de 3 a 6 dias, podendo chegar a até 10 dias, em alguns casos.
Existem fatores que aumentam a possibilidade do retorno da febre amarela urbana, como o processo intenso de migração de áreas rurais para áreas urbanas, que pode acarretar na importação do vírus de ambientes silvestres para as cidades.
Em caso de aparecimento de sintomas da febre amarela, procure um médico com urgência, na unidade de saúde mais próxima.
Vacina Contra a Febre Amarela
A vacinação contra a febre amarela é a principal forma de prevenção. Todas as pessoas devem vacinar-se contra a doença, salvo aquelas que possuem contraindicações.
As áreas de risco são aquelas em que há possibilidade de presença e circulação do vírus da febre amarela. As pessoas que visitam ou residem nestas áreas de risco devem tomar a vacina com prioridade.
É essencial que tal medida seja tomada para evitar a contração e propagação do vírus. Caso você vá visitar uma área de risco, a vacinação deve ser realizada 10 dias antes.
Antes de tomar a vacina, atente-se se você possui contraindicações, como histórico de alergia a componentes da vacina, doenças agudas ou crônicas, tratamentos que abaixam a imunidade, entre outras condições.
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ATENÇÃO
Conteúdo informativo, não substitui médico
Este conteúdo possui caráter informativo e não substitui o diagnóstico feito em consulta médica.
Em caso de dúvidas ou aparecimento de sintomas mencionados neste artigo procure um profissional de saúde qualificado para obter um diagnóstico preciso.
Lembre-se a automedicação pode ocasionar graves complicações.
OPINIÃO
ABCTudo Paulista
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do ABCTudo/IT9.