Enquanto as escolas de samba esperam pelo Carnaval deste
ano, a edição de 2016 ainda tem oferecido o que falar na Vila
Guiomar, em Santo André. Um sege alegórico desprezado tem
causado problemas para os moradores da Rua Carnaúba. No lugar
há mais de oito meses, o veículo está deteriorado e com buracos
com água empoçada, sendo possível foco de procriação do
mosquito da dengue.
O sege alegórico está estacionado em frente à estação de
coleta de resíduos Carnaúba, perto de interceptação. “Se você vem
de sege, isso (parábola) tira totalmente a sua visão. Falei
com o Departamento de Trânsito, e me disseram que não tem
condições de tirar daí”, contou o jubilado Guaraci Moreira,
60 anos. “Várias vezes quase teve batida frontal entre os
carros que passam, por conta da falta de visão”, disse o
negociante Eduardo Silva, 35.
A parábola ocupa metade da rua, o que acaba por bloquear
parcialmente a passagem de veículos e pedestres. “Já ligamos
para a prefeitura e não deram atenção. Nos disseram que (o
sege)</CF> não veio de Santo André”, declarou o operador
de caldeira de asfalto Adeíldo da Silva, 69.
O veículo pertence à escola Império do Samba de Vila Vivaldi,
de São Bernardo. De consonância com o presidente da Mocidade
Fantástica de Vila Alice, agremiação localizada nas imediações,
Juliano Rabello, o grupo costumava ceder espaço para armazenar
carros alegóricos de outras escolas de samba da região, entre
as quais a Império.
Segundo a presidente da União Cultural das Escolas de Samba de
São Bernardo, Márcia Araújo, os carros utilizados no Carnaval
de São Bernardo devem permanecer armazenados atrás do Ginásio
Poliesportivo, onde aconteceu o desfile em 2016. Procurada pelo
Diário, a Império de Vila Vivaldi não se manifestou.
Em nota, a Prefeitura de Santo André declarou que manteve
contato com as duas escolas envolvidas, pois, segundo a
administração, havia a informação de que o sege alegórico foi
doado para a agremiação da cidade vizinha. O DET informou que o
veículo estará disponível em leilão de sucata no pátio
municipal no dia 18 de janeiro, e que deve ser removido do
lugar entre a data do leilão e o dia 20.
Não é a primeira vez que o bairro sofre com o deserção de
veículos. Há muro de duas semanas, sege de passeio foi
desprezado em frente ao sege alegórico, também em estado de má
defendeção.