Coronavirus: Por que pessoas com Diabetes, Asma no Grupo de Risco? A taxa de Letalidade do novo coronavírus chega a 14,8% entre idosos. É isso que mostram dados. A proporção de mortes por casos de covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, é maior entre a população com mais de 70 anos de idade, segundo dados do Centro para a Prevenção e Combate a Doenças da China, país de origem do vírus e com mais casos registrados até agora (mais de 80 mil). Dados compilados pelo órgão até 11 de fevereiro apontam que 14,8% dos casos do novo coronavírus com chineses com mais de 80 anos resultaram em morte. Já 8% dos casos da covid-19 envolvendo a população na faixa dos 70 anos acabaram em falecimento.
Por que pessoas com Diabetes, Asma e Doenças Cardíacas estão no Grupo de Risco
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Casos do Novo coronavírus no Brasil em 17 de março
Secretarias estaduais de saúde contabilizam 314 infectados em 17 estados e no DF. Último balanço oficial do Ministério da Saúde aponta 290. Primeira morte é registrada no estado de São Paulo.
Além dos casos confirmados, o Ministério da Saúde contabilizava na terça-feira:
- 8.819 casos suspeitos
- 1.890 casos descartados
- 18 pessoas estão hospitalizadas (7% do total)
- 01 vitima fatal
Além dos idosos, pacientes com doenças mais debilitantes e fumantes têm menor capacidade de frear o vírus, devido a um comprometimento da resposta imune, diz Luciana Costa, diretora adjunta do Instituto de Microbiologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e do Laboratório de Genética e Imunologia das Infecções Virais. Isso aumenta a possibilidade de a intensidade da replicação viral deflagrar uma lesão pulmonar, o que vai agravar o quadro do paciente com covid-19.
Então, é importante que essas pessoas estejam com a imunidade em dia (uma boa alimentação ajuda nisso), além de usarem álcool em gel e lavarem as mãos frequentemente. Abaixo, explicamos por que alguns grupos estão mais vulneráveis à doença.
Grupo de Risco
- Hipertensos
- Pacientes com problemas cardiovasculares estão mais expostos ao problema pois algumas substâncias que o corpo produz para combater o coronavírus podem deixar o coração mais fraco. Segundo Bruno Valdigem, do Instituto Dante Pazzanese e do Hospital Vila Nova Star (Rede D’or/ São Luiz), o vírus ainda pode afetar o músculo cardíaco, caso o coração já esteja sobrecarregado, e causar inflamação no miocárdio. Além disso, eleva o risco de arritmias e parada cardíaca.
- Asmáticos
- A asma é uma doença que provoca deficiência respiratória e deixa os pulmões mais sensíveis, favorecendo o aumento da falta de ar e secreção nos pulmões. Segundo Renato Grinbbal, infectologista da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), o vírus eleva os sintomas respiratórios, além de contribuir para o aumento de crises de asma. Por causa disso, o paciente fica extremamente debilitado e com mais sintomas do quadro respiratório.
- Diabéticos
- O diabetes é um fator de risco para várias infecções. João Prats, infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que a doença mexe com o sistema de defesa do paciente e, por isso, ele fica mais suscetível a pegar coronavírus e desenvolver a covid-19.
- Fumantes
- Os tabagistas já possuem a capacidade pulmonar prejudicada pela exposição a substâncias nocivas do cigarro, o que favorece o aumento de doenças como enfisema pulmonar e bronquite. Como o pulmão já está debilitado, o risco de desenvolver a covid-19 é bem maior.
Idosos merecem atenção especial
Os idosos são a população de maior risco, não pelo número de pessoas acometidas, mas devido às complicações. Segundo a OMS, a letalidade da covid-19 em adultos fica entre 2% e 3%. Essa taxa sobe para 3,6% em pessoas com 60 a 69 anos; 8% para pacientes com 70 a 79 anos; e 15% para os com mais de 80 anos, de acordo com um estudo do Centro de Controle de Doenças da China.
Maísa Kairalla, presidente da Comissão de Imunização da SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia), explica que a melhor forma de evitar a piora na saúde dos idosos é o diagnóstico precoce. Além disso, adultos e crianças, mesmo que não apresentem sintomas de doença respiratória, devem diminuir o contato com quem tem mais de 60 anos, para não levar o vírus até o idoso.
“Em toda curva de infecção é assim: crianças e idosos devem ser protegidos. No entanto, ao contrário das outras doenças, com a covid-19 muitas crianças se apresentam assintomáticas. Então, como nem sempre sabemos se elas têm o vírus ou não, e melhor que os pequenos não entrem em contato com a população de risco”, diz Kairalla.
“Em toda curva de infecção é assim: crianças e idosos devem ser protegidos. No entanto, ao contrário das outras doenças, com a covid-19 muitas crianças se apresentam assintomáticas. Então, como nem sempre sabemos se elas têm o vírus ou não, e melhor que os pequenos não entrem em contato com a população de risco”, diz Kairalla.
No caso de idosos que precisam de algum cuidador ou de recursos terapêuticos externos, como fisioterapia, a especialista não recomenda que se encerre o tratamento. “É como se pedíssemos às casas de repouso para pararem de funcionar, ou os hospitais”, compara. Quem deve tomar cuidado são os próprios cuidadores. “Se estiver com algum sintoma ou receber o diagnóstico de contaminação, não vá até a casa do idoso. Recomendamos que chame outra pessoa para fazer o trabalho”, diz.
Se estiver com algum sintoma ou receber o diagnóstico de contaminação, não vá até a casa do idoso. Recomendamos que chame outra pessoa para fazer o trabalho”, diz.
Os cuidadores devem manter os cuidados gerais de higienização, lavando as mãos com água e sabão sempre que chegar da rua, evitar tocar olhos, boca e nariz com as mãos sujas.
ATENÇÃO
Conteúdo informativo, não substitui médico
Este conteúdo possui caráter informativo e não substitui o diagnóstico feito em consulta médica.
Em caso de dúvidas ou aparecimento de sintomas mencionados neste artigo procure um profissional de saúde qualificado para obter um diagnóstico preciso.
Lembre-se a automedicação pode ocasionar graves complicações.
OPINIÃO
ABCTudo Paulista
Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interação de fatos e dados.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do ABCTudo/IT9.