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Santo André amplia área de embarque e desembarque da Estação

Santo André amplia área de embarque e desembarque da Estação Celso Daniel da CPTM: Com as obras na Rua Itambé, local passa a receber até 15 carros de uma vez sem comprometer faixas de rolamento

Embarque e Desembarque da Estação Celso Daniel

A Prefeitura de Santo André (Atual prefeito Paulo Serra), no ABC Paulista, está realizando uma obra para ampliar a área de embarque e desembarque em frente à Estação Celso Daniel da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

As intervenções estão sendo realizadas na Rua Itambé, no centro da cidade. Ao fim das obras, o local passará a receber até 15 (quinze) carros de uma vez sem comprometer as faixas de rolamento. A Prefeitura, porém, ainda não tem um prazo definido para entrega do novo espaço de parada.

Antes, apenas cinco (cinco) carros podiam parar de uma vez para embarque e desembarque, o que resultava na parada irregular de veículos, em fila dupla. A área, além de estar em frente à estação de trem, também é próxima ao terminal de ônibus metropolitanos e municipais da cidade. Por esse motivo, o trecho concentra alto fluxo de embarque e desembarque de passageiros que utilizam transporte individual por aplicativo, além da grande circulação de passageiros que utilizam o transporte público.

Para a ampliação desta área de embarque e desembarque foi utilizado um trecho de aproximadamente 80 metros no terreno pertencente à CPTM, que fica ao lado da entrada da estação, e que vai possibilitar a liberação das faixas de rolamento da via e eliminar os gargalos no tráfego que eram formados. Para a execução dos serviços foi necessária a demolição de duas construções existentes, além da requalificação deste terreno para a criação da nova área

Prefeitura em Nota

“Para a ampliação desta área de embarque e desembarque foi utilizado um trecho de aproximadamente 80 metros no terreno pertencente à CPTM, que fica ao lado da entrada da estação, e que vai possibilitar a liberação das faixas de rolamento da via e eliminar os gargalos no tráfego que eram formados. Para a execução dos serviços foi necessária a demolição de duas construções existentes, além da requalificação deste terreno para a criação da nova área”, informou a Prefeitura de Santo André, em nota.

Ainda segundo a administração municipal, todo o trecho da rua Itambé, que compreende a estação Prefeito Celso Daniel da CPTM, terá gradis instalados para ordenar o trajeto, permitindo que os pedestres utilizem uma travessia elevada que será instalada em frente à entrada da estação, separando os veículos dos pedestres. O Departamento de Engenharia de Tráfego projeta um ganho de 50% na fluidez do trafego nos horários de pico e de 90% nos horários fora deste período.

Santo André amplia área de embarque e desembarque da Estação
Santo André amplia área de embarque e desembarque da Estação

O prefeito Paulo Serra esteve na rua Itambé para acompanhar as obras e destacou que a criação desta nova área vai contribuir na melhoria do tráfego em todo o entorno. “Estamos resolvendo mais um problema histórico em nossa cidade. Circulam por esta via aproximadamente 2 mil veículos por hora nos horários de pico, com certeza essa intervenção vai melhorar a fluidez no tráfego e, consequentemente, melhorar a mobilidade da região central”, disse, em nota.

Estação Ferroviária de Santo André – Prefeito Celso Daniel

A estação foi inaugurada em 16 de fevereiro de 1867, fazendo parte da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. À época, era chamada de Estação São Bernardo, visto que o distrito de Santo André ainda não existia e a freguesia mais próxima era a de São Bernardo. Entretanto, a estação foi fundamental para o que hoje é a cidade de Santo André. O distrito foi criado em 1910 e elevado a município em 1938. Porém, a antiga designação permaneceu até 1934.

Com o crescimento da Região Metropolitana de São Paulo, a estação foi gradualmente priorizando o serviço dos trens urbanos. Em 1975, dos 6.780.434 passageiros da estação, 95% eram dos chamados trens de subúrbio. Em 1977, a estação original foi demolida. A nova estação teve suas obras iniciadas em 1972, sendo construída pela empresa Engeral – Engenharia e Obras S.A. ao valor de 11.520.000,00 cruzeiros, com previsão de término para agosto de 1977.

Após atrasos, a estação foi inaugurada em 6 de março de 1979. Os trens que passavam pela estação deixaram de ir até Santos em 1996. Em dezembro de 2002, após o assassinato do prefeito Celso Daniel, a estação foi renomeada pela Câmara Municipal de Santo André com a atual designação.

A CPTM realizou em 2004 a contratação de um projeto visando a reconstrução de 39 estações, divididas por 10 lotes. A estação Santo André foi incluída no lote 5, ao lado da estação São Caetano. O Lote 5 foi vencido pelo Consórcio EGT/Copem, pelo valor de 438.612,20 reais. Os projetos foram apresentados em audiências públicas realizadas pela CPTM em junho de 2007. Posteriormente foram incluídos em um pedido de financiamento à União através do PAC 2- Mobilidade Urbana. Por conta da crise econômica de 2014 no país, o projeto não saiu do papel.

A São Paulo Railway – SPR ou popularmente “Ingleza” – foi a primeira estrada de ferro construída em solo paulista. Construída entre 1862 e 1867 por investidores ingleses, tinha inicialmente como um de seus maiores acionistas o Barão de Mauá. Ligando Jundiaí a Santos, transportou durante muito anos – até a década de 30, quando a Sorocabana abriu a Mairinque-Santos – o café e outras mercadorias, além de passageiros de forma monopolística do interior para o porto, sendo um verdadeiro funil que atravessava a cidade de São Paulo de norte a sul. Em 1946, com o final da concessão governamental, passou a pertencer à União sob o nome de E. F. Santos-Jundiaí (EFSJ). O nome pegou e é usado até hoje, embora nos anos 1970 tenha passado a pertencer à RFFSA, e, em 1997, tenha sido entregue à concessionária MRS, que hoje a controla. O tráfego de passageiros de longa distância terminou em 1997, mas o transporte entre Jundiaí e Paranapiacaba continua até hoje com as TUES dos trens metropolitanos.

A ESTAÇÃO: A construção da estação foi basicamente o início da colonização do atual município de Santo André. Tinha o nome de São Bernardo, pois era um local desabitado, sendo a estação mais próxima do centro da freguesia de São Bernardo, na época, pertencente ao município de São Paulo. Em 1865, o pequeno edifício “está acabado, mas em máo estado, e não boa construcção, visto que por tal se não póde considerar a de páo a pique” (Relatório para o Presidente do Estado, 1867).

Aos poucos foi-se formando o núcleo em volta da estação.

O distrito, já com o nome de Santo André, foi criado em 1910, e em 1938 foi elevado a município. (Fonte: Antecedentes Históricos do ABC Paulista, Wanderley dos Santos, 1992).

A estação, no entanto, continuou com o nome de São Bernardo até 20 de agosto de 1934 (VER CAIXA ABAIXO).

Entre 1923 (ver caixas abaixo) e 1932, funcionou ali a E. F. São Bernardo, com uma linha de bondes que levava o centro de São Bernardo até a estação.

Aos poucos, a estação foi sendo transformada cada vez mais em estação de trens metropolitanos, com o crescimento da área metropolitana de São Paulo. “Pela estação passava “o ‘Cometa’, com seu característico barulho do motor e buzina. O expresso de nove vagões de madeira puxados por uma ‘Pimentinha’. A estação de Santo André, no lado do ‘Nosso Bar’, sentido São Paulo, com duas plataformas. Uma rebaixada, onde paravam os expressos e Cometas, a outra, para os trens de subúrbios, com uma extensão de madeira, para acomodar a composição que fazia terminal em Santo André” (Wilson Lussari, 19/11/2004).

“A estação de Santo André ainda possuía (no ano de 1965) aquele formato das estações pioneiras da SPR, com a porteira de madeira para os carros e a passarela metálica, importada da Inglaterra e ainda presente hoje em algumas estações antigas como a de Caieiras e Cubatão. Eu gostava muito de atravessar a linha por aquela passarela!

O piso era de cimento queimado mas a estrutura era toda de ferro, com muitos elementos decorativos e pintada de zarcão bem escuro. No topo existia um arco com uma lâmpada incandescente comum, de luz amarelada, que iluminava mais ou menos o caminho. Em Santo André, até o início dos anos setenta, garoava e nublava bastante. Por isso, no início da noite e no topo daquela passarela, observando o movimento da estação naquele clima úmido, eu me sentia em Londres ou em qualquer outra cidade da Inglaterra” (Edmilson Cinquini, 02/2008).

Em 1975, o movimento da estação foi de 6.780.434 passageiros, sendo que, destes, 6.491.971 (95%) eram de trens de subúrbio.

Em 1977, a estação velha foi demolida. A construção da estação nova havia sido iniciada em 1972 pela RFFSA e a entrega estava prevista para 1977. Foi um projeto da ENGERAL e o custo previsto, DE cR$ 11.520.000,00 (moeda da época).

Em 6/3/1979, foi inaugurada a estação nova (Revista Ferrovia no.65, 1979). Aparentemente, a estação nova já estava funcionando desde 1977, quando a velha foi demolida. Ou houve uma estação provisória nesse período.

Em 1982, o bar que sobrou da antiga estação, preservado, estava ameaçado de demolição para que se colocasse a quarta linha e prolongar sua plataforma (Rev. Ferrovia, no. 83, de 1982). O bar acabou sendo definitivamente preservado como “Casa do Ferroviário” (O Estado de S. Paulo, 29/3/84).

Em 1992, a estação passou a atender os trens da CPTM. Em 1996, deixou de atender aos trens de passageiros para Santos, desativados que estes foram.

Em 20/12/2002 foi colocado na estação o nome de Celso Daniel, prefeito assassinado alguns meses antes. Há até uma placa no local com os dizeres, mas nem a CPTM usa o nome.

“Nasci na cidade de Santo André, SP, praticamente à beira da SPR, a famosa Santos a Jundiaí, nome da estrada de ferro que liga São Paulo ao litoral. Em minha época de criança, quando o expresso subia a serra, partindo de Santos, eu vibrava ao ver os vagões especiais ainda de madeira. A maravilha rodante era puxada pela saudosa “Pimentinha”, a locomotiva elétrica. Para mim, um monstro sagrado, de charuto e tudo. Só não soltava fumaça… Na passagem de nível, com porteira, guarda e sinaleira, era meu ponto de observação. Dali, antes que o trem parasse, eu via os passageiros olharem a cidade, como se fossem seres divinos.

Eu criança, pensava, um dia vou subir neste trem e ser como eles. Nem bem parava o expresso, o chefe da estação já batia o sino, para que a porteira se abrisse, porque carros e pessoas tinham pressa e compromissos. E eu, menino, via o trem de meus sonhos seguir viagem, na direção da capital. Esta antiga estação hoje é inexistente. E a atual, da década de 1970, só para subúrbio espanhol da CPTM, nome moderno, mas, nem de longe, pomposo como a saudosa São Paulo Railway (SPR). De quando em quando, cansado das aulas de francês e latim oferecidas pelo Instituto Estadual Américo Brasiliense, eu fugia para, escondido, viajar até a estação da Luz. Uma odisséia. O gostoso era passar pelas estações de Utinga, São Caetano, Ipiranga, Mooca sem parar.

O bichão só tomava fôlego no Brás. Ali, eu buscava uma greta qualquer para, entre um vagão e outro, sem o chefe perceber, espiar o expresso que vinha do Rio. Esperança de menino, imagens da infância. Assentado à janela da “Inglesa”, lia a inscrição “SPR”, nome mágico que fez São Paulo deslanchar.

Ao picador de bilhetes, com boné e apito no bolso, o passageiro mirim, desassombrado, apresentava com orgulho a passagem. E, todo garboso, descia na plataforma da Luz, para de bonde, passear por toda São Paulo, antes de voltar para casa. De expresso, é claro. Tempo bom, que saudade! Hoje, na histórica Santo André tudo é muito diferente. Os anos se passaram e quando volto à cidade para rever a mãe e irmãs, ainda solteiras, procuro pela história da ferrovia percebo que as imagens da década de 1960, agora, só existem em livros de biblioteca ou em sites especializados” (Jael Eneas de Araújo, 08/2006).

A estação se chamava, em 2016 e já havia alguns anos, “Estação Prefeito Celso Daniel”, em homenagem ao prefeito assassinado em 2002 – fato que nada teve a ver com a estação e que não justifica uma alteração de nome.


OPINIÃO

ABCTudo Paulista

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interação de fatos e dados.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do ABCTudo/IT9.

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